sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

[Espanha] Viva a Mulher Livre!

Morre Concha Serrano


A nós que tivemos a sorte de conhecê-la na luta, e compartilhar com ela boa parte da vida, a morte de Concha nos deixa tristes. Nos deixa sem seu humor, sem seu, por vezes, mal gênio e a sua risada fácil, franca e contagiosa; nos deixa sem a sua postura bonita e forte, caminhando pelo direito à vida... Isso e ainda mais perdemos, mas é mais importante o que ela nos deixa, e isso nos alegra e nos anima a seguir adiante. ---- Nos deixa um amor verdadeiro de amiga, de companheira, de mãe, de mulher livre e comprometida com a ação revolucionária que, junto a outras companheiras, forjou uma obra de importância vital para o ressurgimento do movimento libertário, retomando o exemplar e histórico caminho de "Mujeres Libres". ---- Sua obra e sua ação cotidiana nas organizações anarquistas, deixou uma marca profunda de dignidade, coerência e entrega, reconhecida inclusive para além de ideologias, pátrias e fronteiras; e implica a sua contribuição particular ao triunfo do mundo novo que levamos em nossos corações, no sentido que escrevia A. Breton: "se você quer ser revolucionário, seja. Talvez possa colaborar com suas fracas forças na transformação do mundo, mas dá no mesmo, porque voc&ecir c; nunca vai saber". Assim perseguiu seu sonho de um mundo novo e perseverou no desejo de que seu neto e filhos possam vivê-los. Te ajudaremos! 

E são precisamente essas contribuições comuns à vida, os sonhos coletivos, as lutas populares, as que sobrevivem em nossa lembrança viva e permanecem no coração das pessoas. Não têm tempo, nem idade, nem final; estão sempre presentes e crescem com a luta dos marginalizados e oprimidos e em qualquer ação solidária que enterre a caridade na tumba da justiça. E a sua presença cresce na luta das mulheres por liberarem-se da condição de "mulher" que o poder do S enhor impõe e cresce na luta das mulheres, e de todos contra a violência desumana que chamam "de gênero", mas que na verdade responde ao amor perverso que as instituições proclamam, ao amor prostituído pelo capital e convertido em mercadoria objeto de compra e venda, propriedade privada, pertencimento... "ou você é minha ou meu, ou de mais ninguém" - aí está a irracionalidade. E Concha terá presença animando a ação inquebrantável de "vovós e vovôs" para demonstrar que se deve formular bem o dito: "Quem quando jovem não é revolucionário é que não tem coração, e quem quando velho não continua sendo é que já não tem nem coração nem cabeça" - sobram razões. E sobretudo continua crescendo com teus queridos "peque nos e pequenas companheiras", que desfrutando a anarquia de uma educação libertária, contigo e com outras companheiras, aprenderam a ser livres e viver em comum. 

E conforta também esta despedida, tomada emprestada do poeta: "Às novas barricadas da vida / te chamo / que temos que falar de muitas coisas / e livrar muitas batalhas / e rirmos / companheira de alma, companheira". 

Até sempre, amiga!

PilaryPalas.

Fonte: http://fal.cnt.es/?q=node/36859

[Curdistão] Federação Libertária do Norte da Síria

Em 20 de novembro passado foi fundado em Rojava o Tabur Internacional Antifascista (AIT), YPG/YPJ.

 --- Desde Rojava ao Mundo, --

 Hoje, um grupo de companheiras internacionalistas, anarquistas e socialistas revolucionários queremos nos apresentar ao mundo. Os chamamos a apoiar a revolução em Rojava e se unir à luta das oprimidas. ---- Viemos a Rojava desde as sombras do mundo ocidental e capitalista, para lutar e aprender das companheiras que em Rojava reclamam com força seu direito a existir. Com sua coragem, elas são a esperança por um mundo sem sexismo, hierarquias, opressão e fascismo. Juntas somos vento, vento de liberdade, de igualdade e respeito à terra. ---- Seguimos o caminho das pessoas excepcionais que antes de nós atravessaram o esquecimento, deixando-nos um calor inextinguível. É o calor que hoje nos anima e nos traz a cruzar as chamas da luta por uma Federação Libertária na Síria do Norte. 


Cada companheira, aqui e agora, luta com o coração carregado de sol. Lutamos pela luz, com a memória de todas as lutas que nos trouxeram aqui, de todos e todas as que lutam por um mundo melhor, e que nos acompanham nesta terra de fogo, luz e vento. 

Com o nome de nossa unidade recordamos a companheira mártir Ivana Hoffmann, caída lutando com valor na frente de Til Tamir em 7/3/2015. Defendia nossos valores. Nossos símbolos nos devolvem às revolucionárias que na Espanha de 1936 lutaram por um mundo sem sombras nem medo e nem fronteiras. Seus sonhos não morreram, a História não os derrotou, renascem agora com as nossas, com cada pessoa que hoje se alça pelos sonhos de Rojava. Como o fogo da ave Fênix que sempre renasce das cinzas, o fogo da Revolução Social Libertária estará sempre vivo. 

Atravessamos os céus de Rojava sobre estrelas que gritam Liberdade, Igualdade, Autogestão!

Levamos um mundo novo em nossos corações e contigo, por ti, o defenderemos aqui e agora em Rojava. 

Somos partisãs, vivemos!

Biji Rojava! Não passarão!

Sehid Ivana Hoffmann Antifascist International Tabur.

Rojava, 20-XI-2016

https://twitter.com/AntifaTabur

[Fortaleza-CE] Relato de anarquista covardemente agredido por militantes do MTST e da "Frente Povo Sem Medo"

"O mundo dos ismos, quer englobe a humanidade inteira ou uma única pessoa, não passa nunca de um mundo esvaziado da sua realidade, uma sedução da mentira, terrivelmente real. O triplo esmagamento da Comuna, do movimento Spartakista e de Kronstadt (1921) mostrou de uma vez por todas a que banho de sangue levavam três ideologias da liberdade: o liberalismo, o socialismo e o bolchevismo." ---- "É verdade que a brutalidade policial ainda é grande, e como! Onde quer que ela apareça, as boas almas da esquerda prontamente a condenam. E depois?... Eles organizam manifestações pacíficas; a sua polícia sindical trata como provocador a quem quer que resista às sus palavras de ordem. É essa a nova polícia, esperando sua vez de assumir o plantão." ---- Raoul Vaneigen - A arte de viver para as novas gerações 

Sofri minha primeira agressão grave em uma manifestação: diversos roxos no corpo, acordei com dificuldade de mover o ombro, galos na cabeça de pauladas e um golpe de PÉ DE CABRA na cabeça que me renderam um rombo, uma tomografia e diversos pontos na cabeça. Sempre imaginei que aqui estaria denunciando a polícia e o Estado, os verdadeiros inimigos do povo. Mas não, o show de horrores foi executado por militantes do MTST e de partidos da "Frente Povo Sem Medo". 

Dia 13[de dezembro de 2016]ocorreu a manifestação, convocada pela mesma frente, contra a PEC e a reforma da previdência. Um chamado para um "bloco independente de partidos e sindicatos" foi feito. Compareci ao bloco. Saímos todos da praça da Gentilândia. Na manifestação higiênica e limpinha, carros de som estridentes que calavam as vozes de todxs. 

No bloco independente todxs colocaram camisas nos rostos e a maioria portava trinchas e garrafas pet com tinta branca e cola: não queriam microfones, queriam escrever no asfalto frases como "poder para o povo", "lute sem líderes", "contra a pec" e símbolos do anarquismo. A cola era para lambes. 

O por que de esconder o rosto? Óbvio, para evitar exposição, para evitar ser filmado pintando uma frase no asfalto. Nada demais. Muitas palavras de ordem: " lutar, criar, poder popular", "poder para o povo, o poder do povo vai fazer um mundo novo". Onde passava o bonde as pessoas se empolgavam e gritavam juntxs. Perto dos carros de som, só se animava a torcida organizada e os dirigentes falantes, o povo ficava apático caminhando, como um sacrifício em uma procissão. 

Alguém disse: o som tá muito alto, vamos para frente do som, assim as pessoas ouvem nossa mensagem. Logo a frente, outro carro de som altíssimo. Palavras de ordem e de novo passamos à frente. Eram TRÊS carros de som altíssimos, para garantir o silenciamento das vozes dissonantes. 

"Vamos para a frente da manifestação, os sons apontam pra trás e as pessoas vão nos ouvir". Fomos para lá. Rapidamente começaram a chegar diversos militantes do MTST, tenho alguns vídeos que fiz pra me proteger. Começam a hostilizar aos gritos de "o ato é nosso". No carro de som militantes petistas e psolistas gritam "esse ato é para quem apoia o Fora Temer, se retirem os outros". 

Militantes fardados de vermelho começam a gritar com todxs e empurrar. Incrível, pessoas fazendo frases no chão e os dirigentes, certamente para criminalizar e justificar o que estava por vir falam "quem quer fazer ação direta vá na frente e se isole da manifestação"!! 

Mais discussões, os autônomos insistiram diversas vezes que estavam de boa. Intervi nessa hora, gritei pra todxs não responderem à aberta tentativa de conflito. Puxei muitos e fomos uns 10 passos à frente. Ignoramos a polícia socialista e voltamos a escrever frases. Ainda deve estar lá o último a na bola feito por um colega. 

Quando observo, os dirigentes tinham parado a manifestação (de forma orquestrada?), uns 100 metros atrás. Volto pra manifestação pra perguntar o que ocorre. Sou ameaçado por alguém do MTST, digo que todxs só fazem frases. Quando olho em direção aos meus colegas, meu coração dispara. A 100 metros, uns 50 socialistas fardados dando pauladas, um linchamento. Não dava pra ver o "meio" pois eram muitos, só conseguia ver os paus e ferro subindo e descendo em alta velocidade. Era i sso, um monte de secundaristas, professores e autônomos munidos de trinchas e garrafas de tinta levando pauladas e ferradas. 

O carro de som? os partidários? ficaram calados, militantes do Rua, Psol e Quizomba fizeram um cordão de isolamento para nenhum manifestante intervir e garantir a tentativa de homicídio. NADA FOI DITO NO CARRO DE SOM!!! Fingiram que nada ocorria! Nessa hora, a cabeça a mil, corri em direção a confusão, tirei o celular do bolso, pensei "essa não é hora de filmar", guardei. Antes de eu chegar os autônomos se livraram e correram, dobrando a esquina. Pensei, "ainda bem, fugiram". 

O que fizeram os fascistas socialistas? Pararam? Não, foram CAÇAR os que correram. Isso mesmo, não basta expulsar e espancar, tem que trucidar de tal maneira que nunca mais pisem aqui. Corri pra ver o que ocorre, dobrei a esquina. Inacreditável, vejo que 3 não conseguiram escapar. A uns 300 metros, no meio do quarteirão, a cena era pior. 3 marmanjos chutando uma mulher no chão. Um dente quebrado e ameaças de estupro (relato da mesma). Olho pra trás pra gritar por ajuda e pasmem: outro cordão de isolamento. Com m uito medo corro em direção aos espancamentos. Liberam a menina que corre. 

Os 3 se juntam a um grupo com 15, isso mesmo, quinze militantes de MTST e outros partidos chutando um colega que estava em posição fetal no chão. CENAS QUE NUNCA VI NEM DA PM EM JUNHO DE 2013!! Corri para impedir a cena. Cheguei no meio, empurrei todxs e gritei "PARA! JA BASTA!". Todxs olham meio que sem entender. 3 segundos de silêncio que pareceram horas. De repente, pela minha frente vem um com uma madeira, um pedaço de compensado para tacar na minha cabeça, coloco o braço, a madeira quebra no meu braço. 

Grito "QUE MERDA É ESSA??!". Um chute na barriga, um murro nas costas. Tento falar, uma paulada nas costas, outras nas costelas, uma no ombro. Penso em correr, vejo meu colega no chão em posição fetal, vontade de chorar. Duas pauladas na cabeça, antes de levar a mão pra proteger o rosto um golpe com um PÉ DE CABRA que abre um rombo na cabeça, sangue, todos riem e saem correndo. "Não voltem mais aqui". 

INCRIVELMENTE os assassinos são recebidos e protegidos pelos militantes e dirigentes partidários depois de um cena dessas! O cordão de isolamento se abre para eles se misturarem e se protegerem. 10 minutos depois chegam os poderosos, os candidatos a vereador, as patentes mais altas do exército socialista. "Esta tudo bem?". "Que absurdo, sou contra isso". 

Todos tentam voltar para a manifestação, os partidários não deixam, dizem que vai ter "mais confusão". Não abrem o cordão. Olho mais a frente, um colega quase desmaiando, levou um golpe com pé de cabra nas costas, caiu no chão e de lá não conseguiu levantar. Queríamos ir para o IJF[hospital], e os dirigentes não queriam deixar, para evitar mais "confusão". 

Comecei a sentir ânsia de vômito, me puxaram para o hospital. Sou professor de física da Universidade Federal do Ceará. Sei muito bem o local que ocupo no espetáculo e na ideologia dominante. Por isso tenho coragem de denunciar. E aqueles secundaristas? E os outros autônomos, que tem medo de denunciar essa atrocidade e serem perseguidos e linchados sem qualquer apoio? Quantos mais não estão com braços, cabeças e corações quebrados? 

NEM A POLÍCIA DO ESTADO USA CASSETETES DE AÇO, ELES ESTA VAM COM PÉS DE CABRA, E CONTRA SECUNDARISTAS E PROFESSORES! 

É preciso que as pessoas entendam que esse tipo de ação NÃO É UM ACIDENTE. Em todo o Brasil os socialistas estão espancando quem não se submete às suas ordens. Sei de notícias do Rio, São Paulo e Brasília. É uma determinação nacional eliminar quem critica os partidos. É preciso que as pessoas entendam que o discursos de militantes que querem o Estado é muito belo e cheio de direitos humanos, mas na verdade a prática e suja, violenta e que eles estão dispostos a tudo para pôr em prática sua ideologia da salvação. Pe nse bem antes de legitimar, de ir para manifestações, de votar nessas pessoas. 

GOSTARIA DE LEMBRAR UM FATO IMPORTANTE: Em junho de 2013 a configuração de forças era outra, as classes perigosas, os autônomos e anticapitalistas eram MAIORIA ABSOLUTA NAS RUAS. Multidões de mascarados. Houveram barricadas, pedras, bancos quebrados, carros queimados. Dezenas de milhares de pessoas. O máximo que se fazia com os partidários era abaixar suas bandeiras! 

NUNCA HOUVE QUALQUER RELATO DE AGRESSÃO A UM SER HUMANO.

O motivo é claro: para os libertários, anarquistas, situacionistas e etc, a VIDA ESTÁ ACIMA DO DESEJO DE PODER. Na verdade é o oposto, não queremos poder! O que fazer?? Essa foi uma ação criminosa, não foi uma ação política! Muitas filmagens, muitas testemunhas, muitos falam em fazer boletins de ocorrência e tentar punir a todos os envolvidos: ISSO É TENTATIVA DE HOMICÍDIO! Não sei o que fazer, não quero usar o aparelho repressor do Estado. 

A opção é abandonar a luta? O derramamento de sangue a que estão disposto os socialistas pelo poder está demonstrado pela história. O fascismo da direita bate de um lado, enquanto o fascismo da esquerda bate do outro, devidamente legitimado por uma propaganda e discursos bem montados. Eu luto contra ambos. O que você vai fazer sobre isso? 

Geová Alencar

sábado, 17 de dezembro de 2016

Plantas inseticidas serão cultivadas em Cuba



Um texto publicado nesta sexta-feira (16/12) no Granma, o órgão oficial do Partido Comunista cubano, faz defesa explícita dos organismos geneticamente modificados (OGM). O redator fala dos “extraordinários avanços científicos” na segunda metade do século 20 e garante a “inocuidade” dos transgênicos no ambiente e na saúde humana, após mais de 20 anos de uso comercial.

http://outraspalavras.net/deolhonosruralistas/2016/12/17/cuba-adere-aos-transgenicos/

[Latifundio] Arsenal é encontrado em propriedade de Ministro da Casa Civil


Acompanhado pelas polícias Militar, Civil e Ambiental do estado, o MPE buscava 1.900 cabeças de gado quando se deparou com arsenal, nas propriedades Paredão, Jaturana e fazenda Shangrilá. A fazenda Paredão é de Marcos Antônio AssiTozzati, ex-assessor de Padilha. Como não possui sede própria, ela utiliza a estrutura da fazenda Jasmin Agropecuária, que pertence ao ministro – um dos principais do governo Temer. Nos alojamentos da Jasmin foram encontradas mais duas espingardas calibre 36.

As equipes também encontraram provas de desmatamento em área de preservação permanente e produtos tóxicos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. A apreensão do gado foi determinada para cessar os danos ao meio ambiente, conforme a Lei 9.605/98 (impedir ou dificultar a regeneração de vegetação). Caso Tozzati, apontado como dono do gado, não retire o rebanho em um prazo de 72 horas, terá de pagar uma diária de R$ 1 mil por cabeça.

As fazendas ficam no município de Vila Bela da Santíssima Trindade, fronteira com a Bolívia, a 520 quilômetros de Cuiabá.

Trabalho escravo

Na Fazenda Paredão, os fiscais identificaram péssimas condições nas acomodações dos funcionários, com presença de galões de gasolina e vasilhames de agrotóxicos. O MPE encaminhou fotos dos alojamentos para o Ministério do Trabalho. Há suspeita de trabalho análogo à escravidão.

A operação já bloqueou R$ 108 milhões em bens, determinadas pela Justiça de Mato Grosso por degradação ambiental em 51 propriedades rurais. A esposa de Padilha, Maria Eliane, também teve  R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça. Ela é sócia do ministro em uma das fazendas. As decisões são do juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati.
http://www.resistenciacamponesa.com/noticias/879-e-entao-senhores-ministerio-publico-do-mato-grosso-apreende-arsenal-em-latifundio-de-ministro-de-temer

A ação da Federação de Guerrilhas Anarquistas de Leon-Galicia

A GUERRILHA GALEGA

A guerrilha foi uma das formas de resistência utilizada para combater o regime fascista do general Franco. Sabemos que ela passou a existir desde o início da Guerra Civil. A partir de 1940, quando havia alta repressão com fuzilamentos e “passeios”, ela aparece mais claramente de forma sempre crescente até 1956.

Documentos acusam a criação da “Federación de Guerrillas de Leon-Galicia” em 1946, quando o guerrilheiro anarquista Abelardo Gutiérrez Alba se juntou a Xosé Castro Veiga, o famoso Piloto.

Guerrilheiros famosos construíram a mítica de toda essa época: Loucelas, fuzilado em 1951; Piloto, morto em 1965 e Curuxas, morto em 1967 no último episódio da guerrilha.

Mais de 10.000 pessoas foram presas ou mortas em episódios relacionados com a guerrilha na Galícia, muitos pelo método do passeio noturno, fuzilamento e enterro em valas comuns clandestinas. No total, somando passeios, execuções por Conselhos de Guerra, fuzilamentos sumários de prisioneiros de guerra e confrontos com a guerrilha, causaram 197.000 mortes na Galícia e mais 200.000 fugitivos exilados no exterior. Existiram vários campos de concentração onde os prisioneiros trabalhavam em regime de escravidão: Lubián; Barvacolla em Santiago de Compostela e Ilha de São Simão em Vigo.

Diferentemente de outras regiões, na Galícia são encontrados poucos corpos nas valas localizadas, numa média de cinco por local, enquanto que em outras regiões chegam a 40. Há também grande dispersão de locais de enterramento, que ficam distantes entre si.

Os mortos durante a Guerra Civil na Espanha ultrapassaram os 400.000. Os mortos durante o regime de Franco no país ultrapassaram os 2.000.000.

[Internacionalismo] Discussões em torno da organização anarcosindicalista e anarquista no Chile

Estimados camaradas,

Junto com os companheiros do jornal El Sol Acrata de Antofagasta, Jornal ação 
direta (Anarcosindicalista) de Santiago e periódico Acracia (ASLF) de Valdivia, 
convidamos todos para esta atividade notável que será pautada no debate sobre 
as organizações anarcosindicalistas , na região do Chile. O encontro de realizará 
em Antofagasta em 17 de dezembro no Autónoma Espaço Social O Yareta.

evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/1293847800678054/ 

Evento en Facebook: https://www.facebook.com/events/1293847800678054/

[Internacionalismo] SOLIDARIEDADE COM O POVO SHUAR NA LUTA CONTRA A INDÚSTRIA EXTRATIVISTA




A carta que publicamos em seguida foi enviada ao meios libertários e alternativos de todo o mundo por uma companheira que vive numa comunidade indígena na selva amazônica equatoriana e em que apela à solidariedade urgente contra o extrativismo que continua a ser a atividade dominante de vários regimes da América Latina, ocupando as terras das comunidades indígenas e reduzindo-as à aculturação e à miséria. Esta nossa companheira - que prefere não ser identificada devido à possibilidade de represálias - é socióloga, antropóloga e libertária. Em várias ocasiões já serviu de negociadora entre os povos Shuar e Huaurani e o governo equatoriano de Rafael Correa. Hoje, como sempre, o anarquismo é o grande aliado dos povos indígenas e o movimento libertário revolucionário internacional a quase única garantia de que a sua voz é ouvida. Partilhamos esta carta, solidarizando-nos com o Povo Shuar e exigindo que a sua identidade e as suas terras sejam integralmente respeitadas e convidamos todos os libertários a somarem a sua voz à nossa na denúncia dos novos (?) regimes latino-americanos cujo programa parece não ser mais do que o extermínio dos povos indígenas que se oponham ao modelo extrativista.

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com

[Internacionalismo] Anarcosindicalistas de nove países anunciam em Biscaia a refundação da AIT




Representantes de organizações anarcossindicalistas de nove países se reunirão em Biscaia (Barakaldo) no próximo fim de semana para "refundar" a histórica Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), informaram fontes do sindicato CNT, que participa do encontro. ---- Segundo esta organização, o objetivo do encontro é "dar um impulso à AIT mediante sua refundação", já que os promotores da iniciativa consideram que "atualmente esta não cumpre adequadamente com seus objetivos". ---- A CNT considera que "uma organização histórica como a AIT, que sempre esteve ligada à defesa dos direitos da classe trabalhadora para além de qualquer fronteira ou bandeira, deve ser reativada urgentemente". ---- Explicou-se que o processo de refundação pretende agregar todos aqueles sindicatos que se definam como anarcossindicalistas ou "sindicalistas revolucionários não verticais", o que implica, segundo precisaram, "não receber financiamento por parte do Estado nem empenhar apoio como organização à nenhum projeto eleitoral".

No encontro de Barakaldo, que ocorrerá nas instalações da CNT, tomarão parte, além do sindicato espanhol, as organizações USI (Itália), FAU (Alemanha), IP (Polônia) e ESE (Grécia).

Também participarão representantes da CNT e CNT-AIT da França e dos Industrial Workers of the World (IWW), do Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha. De sua parte a histórica FORA da Argentina participará mediante videoconferência. 




Tradução > Liberto

[Internacionalismo] Anarcosindicalista Michael Israel é morto combatendo pelo YPG em Rojava



O voluntário das YPG, natural dos Estados Unidos, que morreu a lutar contra o ISIS, Michael Israel (nascido em 1989), era um anarcosindicalista, membro e organizador dos IWW. Relatos iniciais indicavam que tinha morrido lado a lado com um voluntário alemão, vitimados por um ataque aéreo turco, embora as YPG relatassem que foram mortos a norte de Raqqa, o que tornava a hipótese de um ataque aéreo da Turquia pouco provável nessa zona. Até ao momento não foram revelados mais detalhes que possam esclarecer as circunstância em que foi morto. Já em Agosto tinha sido morto em combate, em Rojava, um outro voluntário anarquista norte-americano, Jordan Mactaggart. ---- Um amigo escreveu na sua página de facebook: "é com o coração pesado que soube hoje que o heval (amigo, companheiro, em curdo) Michael Israel morreu a lutar contra o ISIS enquanto voluntário das YPG em Rojava: Michael era um homem cheio de fortes convicções; um lutador inspirado e idealista que combateu como nenhum outro por um mundo melhor, não só para um Curdistão melhor ou para uma América melhor. Ele passou toda a sua vida a lutar contra sistemas injustos que recusavam a paz, e percorreu os Estados Unidos consciencializando as populações contra a guerra do Iraque. Ele partilhava com todos as experiências e lições que viveu na Síria e nos Estados Unidos. Morreu como viveu, e o seu legado é um exemplo de como um verdadeiro revolucionário deve ser. A história vai glorificá-lo, entre muitos outros, como um dos maiores da nossa geração. Ele ensinou-me muito e nunca me vou esquecer dele. Rest in power heval."

No dia 13 de Agosto, logo após voltar para Rojava, Mike tinha colocado o seguinte post: "com a libertação de Manbîc, as YPG e YPJ estão mais perto de cortarem ao ISIS a sua capacidade de transporte de materiais e pessoas através da fronteira turca. Uma vez que esta fonte de abastecimentos lhes for cortada, o ISIS ficará completamente isolado. Para vocês que estão no Ocidente, isto significa que eles não poderão continuar a passar o seu pessoal com a mesma facilidade para os estados europeus. Rojava assumiu querer tornar mais seguras as vidas daqueles que estão muito além das suas fronteiras face a estes fascistas. Por favor, não esqueçam os sacrifícios que Rojava tem feito ao lutar e a conter os grupos do ISIS. Façam o que puderem para apoiar a luta e a revolução em Rojava, contribuindo com o que possam. A Solidariedade Internacional. para quem tanto se tem sacrificado para livrar o mundo destes fascistas. é uma obrigação ".

aqui: https://www.facebook.com/WorkersSolidarityMovement/posts/1621869404505533:0

https://insurrectionnewsworldwide.com/2016/11/30/rest-in-power-anarchist-comrade-michael-israel-killed-fighting-islamic-state-fascists-in-rojava/

https://www.facebook.com/michael.israel.92

https://www.facebook.com/YPGInternational/photos/a.1698056920479737.1073741829.1698006960484733/1948901635395263/?type=3&theater

mike

https://colectivolibertarioevora.wordpress.com/

Anarco-Sindicalismo

O anarco-sindicalismo é um meio de organização e um método de luta e de acção directa dos trabalhadores, que tem as suas raízes nos postulados da Primeira Internacional e do sindicalismo revolucionário. Inspira-se em fontes essencialmente federalistas e anarquistas, e, com uma nítida actuação revolucionária e uma clara orientação libertária na sua prática, tende constantemente a conquistar as máximas melhorias, em todos os sentidos, para a classe trabalhadora, com o objectivo da sua emancipação integral e da supressão de qualquer tipo de exploração e de opressão do homem pelo seu semelhante ou por qualquer instituição, e, ao mesmo tempo, luta pela abolição de qualquer tipo de capitalismo e de qualquer forma de Estado. Irredutivelmente oposto aos sistemas sociais e políticos hoje reinantes, luta pela transformação radical das sociedades e regimes que neles assentam e pela instauração de um meio social de convivência humana baseado nos princípios do comunismo libertário.
O anarco-sindicalismo não é nem uma doutrina nem uma filosofia. Extrai o seu conteúdo teórico do socialismo humanista e, sobretudo, do anarquismo, cujos postulados de defesa integral da personalidade humana, da liberdade, da solidariedade, do apoio-mútuo e da associação voluntária e federativa, constituem o seu mais sólido fundamento.
O anarco-sindicalismo, dentro do movimento operário moderno, é uma corrente sindical totalmente independente, com características próprias bem vincadas, tanto pelo seu conteúdo básico como pela sua forma de organização e pelo seu desenvolvimento funcional, livre de quaisquer formas de centralismo e de burocracia. Tem sempre em conta a personalidade do filiado e estimula a sua participação na vida sindical. Respeita a autonomia das secções, dos sindicatos, das federações e das confederações. O anarco-sindicalismo também se singulariza pelos método de acção directa que utiliza, pela sua dinâmica e estratégia de luta e pelo facto de os seus objectivos finais estarem sempre presentes na sua orientação social. Outra das suas características distintivas inconfundíveis é a sua recusa de qualquer colaboração de classe, de qualquer compromisso com o capitalismo ou com o Estado, ainda que fosse em nome do "interesse nacional"; de qualquer participação ou intervenção em qualquer organismo, misto ou oficial, dependente do governo ou do patronato; de arbitragens e legalismos e de intermediários de qualquer tipo, nas contendas sociais quotidianas. O anarco-sindicalismo, considerando-se em luta permanente e sem tréguas contra o sistema que combate e pretende abolir, recusa tudo o que interfira com a sua liberdade de acção, tudo o que possa limitá-la ou restringi-la. Está sempre na vanguarda da luta social e das reivindicações dos trabalhadores. O anarco-sindicalismo mantém vivo o espírito revolucionário entre as massas operárias. Exercita-as e treina-as, através do combate voluntário, consciente e directo, no desenvolvimento das suas próprias iniciativas, ao mesmo tempo que contribui para a sua capacitação e máxima preparação, para que, sobretudo, possam vir a assumir conscientemente, prescindindo de qualquer partido político, as suas responsabilidades na autogestão directa da nova sociedade a construir e a organizar, uma sociedade livre, justa e solidária. Nessa nova sociedade, suprimidas as classes e com a ajuda de todos os progressos científicos e técnicos, procurar-se-á proporcionar, a todos e a cada um, através do trabalho e do esforço, individual e colectivo, o máximo de bem-estar e de segurança, com um imprescritível, intocável e inalienável respeito pela liberdade e pela personalidade de cada ser humano, objectivo primordial coincidente com o anarquismo.
O anarco-sindicalismo não pretende ser um fim em si, nem criar uma nova ideologia social predominantemente sindicalista. Também não pretende assumir total e globalmente a representação e a administração da nova sociedade, nem moldá-la de forma uniforme e imutável. A sua concepção do comunismo anárquico está viva, aberta ao futuro e às várias modalidades susceptíveis de aplicação, sempre aperfeiçoáveis, desde que tenha uma base essencialmente libertária.

Objectivos e fins
O anarco-sindicalismo tem uma noção clara de que o desencadeamento da revolução social para derrubar o capitalismo e o Estado, para conseguira a renovação e a transformação da sociedade, não depende unicamente da sua força, e de que não poderia tão-pouco assumir de forma exclusiva todas as responsabilidades funcionais no desenvolvimento da sociedade futura. Não pretende criar uma nova ordem na qual teria um predomínio monopolizador determinante. Também não apresenta o comunismo anárquico como a panaceia ou fórmula mágica para a solução dos problemas económicos, sociais e políticos, mas sim como um objectivo dos mais viáveis, racionais, lógicos, justos e éticos, de carácter sociológico, para conseguir a convivência livre, harmoniosa e solidária, entre os seres humanos que desejam uma sociedade nova, sem antagonismos intestinos, sem alienação da individualidade e na qual as relações humanas possam desenvolver-se sem constrangimentos autoritários.
O anarco-sindicalismo apresenta a solução comunista libertária, caracterizada por ser livre e aberta, evolutiva e aperfeiçoável, sem planos rígidos nem uniformes, visto que, além de ter consciência das grandes mutações e transformações que ocorrerão no mundo e na humanidade, não pode ignorar que as modalidades de aplicação do comunismo anárquico, se bem que conservem e afirmem uma concordância nas suas grandes linhas essenciais e nos seus aspectos fundamentais, terão as suas variantes, devido às condições reais existentes em cada país (condições ambientais, de mentalidade e psicológicas, dos seus recursos naturais e do seu próprio desenvolvimento económico, industrial, etc) e também devido a outras causas complexas, que influenciam o comportamento dos homens e têm as suas raízes na própria biologia das sociedades.
As próprias formas de organização sindical que o anarco-sindicalismo já hoje adopta, dentro do sistema capitalista – as suas estruturas industriais, agrícolas, económicas e financeiras, e outras de tipos variados e complexos que lhe são peculiares, que não pode deixar de ter presentes para uma maior eficácia do seu combate ofensivo e defensivo –, não são inamovíveis. O anarco-sindicalismo, através das suas próprias experimentações e também de forma improvisada, tem capacidade para modificá-las ou aperfeiçoá-las (respeitando sempre as bases funcionais federalistas e de autonomia – o fim e a essência libertária), dadas as próprias mudanças que podem vir a operar-se quando o sistema capitalista-estatal for substituído pela nova sociedade comunista libertária. As bases desta nova sociedade exigirão as necessárias e indispensáveis mudanças e reajustamentos, nos planos económico, da produção e da distribuição, funcional e dos serviços, da organização do trabalho na complexa gama de coisas vitais e aspectos a considerar que afectam o todo social.
O anarco-sindicalismo considera que este tipo de sindicato e de organização sindical pode e deve ser um dos pilares principais em que terá de apoiar-se e suster-se a sociedade.

Características próprias do anarco-sindicalismo
Uma das melhores qualidades e virtudes do anarco-sindicalismo é o respeito absoluto pela personalidade do afiliado, a quem convida, constantemente, a militar, de forma voluntária, abnegada, desinteressada, na vida do sindicato, das suas secções, das federações, da organização em geral; a assumiras suas próprias responsabilidades; a expor livremente as suas opiniões, a fazer as suas opções e a tomar as suas decisões nas assembleias; a participar directamente na acção e na luta; a aplicar as disposições que derivem dos acordos que a organização, de comum acordo, tenha adoptado. Na organização anarco-sindicalista, as decisões (acordos) são tomadas de baixo para cima; os cargos, regularmente renovados, são revogáveis; a liderança e o burocracismo são rechaçados. A organização sindical anarco-sindicalista conta unicamente com os seus próprios meios económicos, baseados nas quotizações dos seus afiliados, para se desenvolver, para a sua actividade, para a solidariedade, isto é, para atender a todos os seus problemas e preocupações. Desta forma, assegura a sua plena e total independência. Pode afirmar-se que não existe organização sindical tão íntegra como a anarco-sindicalista. Os seus militantes não podem aspirar a espécie alguma de sinecura e, ao longo da sua vida, devem dar provas da sua abnegação e servir de exemplo pela rectidão do seu comportamento pessoal.
O anarco-sindicalismo entende que não há nem pode haver convivência livre nem justiça social dentro da sociedade de classes; que os fundamentos desta perpetuam e consagram a divisão entre os homens; que qualquer reforma que não destrua os alicerces dessa sociedade não modificará a essência da situação em que se encontramos trabalhadores, que continuarão a ser oprimidos e explorados. Por estas e outras razões de princípio, o anarco-sindicalismo é contrário à colaboração de classes, à co-gestão, à aceitação de uma participação interessada nas empresas capitalistas. O anarco-sindicalismo e o sistema capitalista-estatal são totalmente incompatíveis.
O anarco-sindicalismo é anti-parlamentar devido à sua posição de princípio anti-autoritária e por considerar o parlamentarismo absolutamente ineficaz, do ponto de vista da efectiva emancipação da classe trabalhadora. A experiência da acção dos partidos políticos operários, denominados socialistas, marxistas, democratas, etc, que, sob a inspiração do marxismo (principal responsável pela cisão da Primeira Internacional e pela apologia e prática da acção política representativa por parte dos trabalhadores, que já existe desde o meio do século passado), chegaram, em certos períodos e lugares, a obter maiorias absolutas e a formar governos, como pudemos presenciar em vários países, é suficientemente eloquente e demonstradora da esterilidade da luta nesse terreno. Dentro do sistema que hoje impera, qualquer governo, socialista, social-democrata ou com qualquer outra denominação, através do próprio mecanismo das forças de pressão existentes neste sistema – dos seus tentáculos e armadilhas omnipresentes –, vê-se obrigado a servir os interesses do capitalismo e do Estado, em nome do grande"interesse nacional" e em detrimento dos interesses da classe operária.
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Extraído do folheto O Que É A A.I.T. ? (editado em Junho de 1999 pela AIT-SP).