segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Com a vanguarda formada por Mulheres, América do Sul inicia sua jornada antifascista com a pretensão superar o feito europeu de 1940-45

                             
#ElesNão! 
"Os anarquistas têm participado direta e ativamente, em pessoa, não ditando palavras de ordem para outros cumprirem, em todos os movimentos sociais, procurando levar os acontecimentos no sentido da transformação imediata do sistema social ou, quando menos, para que resultem deles a maior soma possível de conquistas para o povo. 
(...)
Onde quer que se lute contra o fascismo e todas as manifestações de tirania, são encontrados os anarquistas nas primeiras filas de combatentes. Será isso, porventura, uma atitude platônica de quem busca a felicidade do povo para um longínquo futuro?"
Edgard Leuenroth.
Sindicalista e membro do primeiro Comitê de Defesa Proletária, uma coordenação geral sindical formada pelas Ligas Operárias e Sindicatos durante a Greve Geral de 1917.


Ano histórico vai ser esse de 2018! A população da costa leste da América do Sul repete o feito europeu de 1940-45 e inicia, mais uma vez, sob a bandeira da lemanciação, a depuração total dos elementos da ideologia fascista.

Guerreiros e guerreiras da guerra social pela anarquia, camaradas das ligas, principalmente nossas camaradas que organizam as mulheres sob a bandeira antifascista, é momento de avançar e preparar o terreno da última batalha, que vai executar, de uma vez por todas, a derrota total do fascismo chocado na costa leste da América do Sul. No momento as condições são próprias para realizar um salto no campo da luta internacionalista, mais uma vez sob a vanguarda das mulheres. Não será diferente da luta antifascista no continente europeu, ou dos territórios curdos. As mulheres mais uma vez são um divisor de águas, um peso na balança que pende para progresso social.

No país episódios da resistência à colonização escravista do território costeiro foram marcados por momentos de avanços das forças populares com a formação de redutos de autonomia, justiça e liberdade. Esses redutos formados por vilas e aldeias de maioria indígena e africana, estavam em total confronto com a economia exploratória e expansionista europeia. As próprias massas de mão-de-obra do sistema econômico europeu foram mantidas por braços escravizados. A economia gerida e realizada por etnias, os lucros e privilégios nas mãos dos invasores. Para consolidar o sistema europeu, os Estados estimularam a migração e colonização de embranquecimento. No Centro-Sul do território a violência do Estado realizou a remoção, genocídio e limpeza étnica de diversos redutos autônomos. Batalhas foram travadas, e capitães-do-mato condecorados. Aldeamentos e Vilas destruídas. O projeto de vazio demográfico consolidado. Nesses territórios a colonização de exploração dos recursos do solo foram entregues a comunidades taticamente posicionados pelo clero católico, junto a casas monárquicas europeias, setores conservadores oriundos de regiões do interior europeu, ligados ao puritanismo, setores incapazes de realizar avanços progressistas em qualquer nação, porem defensores da economia de parasitismo e predatória dos recursos naturais, e da mão de obra existentes nesses territórios.

O conflito e resistência entre nativos e colonizadores teve seus maiores episódios históricos nos redutos do “estado” de desenvolvimento social guarani-paraguayo, nos redutos dos Sete Povos Indígenas e dos Nativos do Contestado, todos destruídos pela tecnologia militar europeia e pelo emprego limpeza étnica indígena. Aí se consolida o projeto de embranquecimento e destituição dos nativos de seus territórios.

Durante o avanço do nazi-fascismo sobre as organizações do Movimento Operário Revolucionário Europeu, esses colonos iniciam imediatamente a formação do maior agrupamento do Partido Nazista fora da Alemanha. É aqui, no centro-sul do continente, que partidos políticos de tendência nazifascista influenciam os governos locais a simpatizarem e adotarem medidas de tendência conservadora. No Brasil é decretado o Estado Novo, governo de orientação nazifascista. A derrota do Nazismo europeu desencadeia nesse momento a migração de centenas de quadros do Partido Nazista. Os mesmos são recebidos por essas comunidades na América do Sul. Documentos soviéticos e britânicos informam a saída do próprio Hitler num submarino alemão, rumo a uma região de colonização nos Andes argentinos. Documentos relatam a migração de 100.000 elementos ligados ao III Reich. Toda a bacia do Rio da Prata é receptora desses elementos. Todos os Andes é receptora desses elementos. Congregações católicas afiliadas ao clero alemão são encarregadas de dar toda a assistência a esses refugiados do avanço da Resistência Antifascista Europeia.

A derrota histórica silenciaria esses grupos, não! Em momentos de crise a serpente do fascismo se manifestou em uma série de movimentos pulverizados, de tendência regional e conservadora, seja separatista, xenofóbico contra regiões de maioria indígena e africana. Atos de violência contra minorias são noticiadas e admiradas por esses grupos. Seus arautos ganham espaços em programas de entrevistas, rádios e toda a imprensa se manifesta tendenciosamente a fortalecer e a mobilizar esses grupos para o enfrentamento contra as forças do progresso social.

O espectro do fascismo não compactua com eleições, estão se aproveitando do momento para tumultuar e desestabilizar as forças sociais permitindo sua ascensão no poder. Seu candidato já admite a derrota pela via eleitoral e pretende golpear as forças de progresso social mobilizando comunidades conservadoras para boicotar e para assediar o poder, desencadeando uma nova onda de repressão e sua ascensão ao poder.

Os ventos da liberdade sopram e agitam negras tormentas, uma etapa se conclui na guerra social e outra jornada se inicia, para a formação das colunas para agitar a bandeira revolucionária!

As eleições são uma farsa e o candidato derrotado do fascismo já assume a mesma posição que seus grupos de apoio e não aceita a derrota eleitoral. Exigem uma eleição em cédula, pretendem fazer uso de currais eleitorais para manipular votos e favorecer suas bases. Tentam impedir com os mais mirabolantes projetos o progresso social dos povos. A social democracia e o reformismo de esquerda já se mostraram incapazes de conter a serpente do fascismo. Nos seus governos os mesmos encontraram um ambiente obscuro para operar inclusive em ministérios petistas. 

O caminho tende para a Greve Geral, para a Coluna, e o Levante das Barricadas. Centenas de cidades se manifestam no sentido de derrotar a ascensão do fascismo nas ruas. Ano passado relembramos os 100 anos dos direitos sociais conquistados pela organização das mulheres na Greve Geral de 1917. A luta contra o patriarcado, pela ética social, as retomadas dos territórios indígenas em todos os Estados, a luta por moradia, por terra e por emprego, os avanços na cultura de rua e o avanço das pautas das mulheres argentinas incomodam o conservadorismo. Novamente as mulheres estão na primeira coluna para derrotar do fascismo, nesse 29 de setembro de 2018 a luta das mulheres marca o final do velho mundo e o inicio de um novo mundo.

Carta da Liga Sindical Operária a Camponesa (LSOC) para as companheiras da Liga de Defesa das Mulheres (LDM) - Setembro de 2018.



terça-feira, 24 de abril de 2018

Comitê Antieleitoral de Operários e Camponeses

Operários e Camponeses, Não Votar!
A disputa eleitoral é uma farsa! O governo Dilma já chamava a destruição dos direitos sociais de "ajuste fiscal". Temer e seu governo golpista realiza a Reforma da Previdência Social no Brasil. Daniel Ortega, o esquerdista cristão que governa com uma dita Frente Popular, realiza a mesma Reforma da Previdência Social na Nicarágua e com um agravante, 20 trabalhadores mortos nos confrontos e centenas de feridos. Não Vote! Lute pela Revolução Social! Nem ditadura e nem democracia! Viva a Anarquia! Viva a Confederação!


A repressão aos professores é a marca de qualquer tipo de governo

Professor, Não Votar!

PSDB, PT ou PRB, nenhum partido de centro, esquerda ou direita tem compromisso com a educação dos filhos da classe trabalhadora. Seus comissionados cargos dependem da ignorância da maioria. Não vote, Lute pela Revolução!


sábado, 14 de abril de 2018

Símbolos do Anarcossindicalismo: A gloriosa bandeira Negra-e-Vermelha


A bandeira negra-e-vermelha é um símbolo adotado pelo movimento anarcossindicalista, a etapa mais avançada de constituição de uma ferramenta do proletariado, para a derrota final do regime burguês. É a bandeira da proclamação do Comunismo Libertário. O preto é a cor tradicional do anarquismo, o luto e a sede de justiça e o vermelho é o sangue e o martírio dos companheiros e companheiras que jamais esqueceremos e relembraremos a luta desses honrosos filhos da classe produtora. A bandeira negra-e-vermelha combina as duas cores em partes iguais, com um simples corte diagonal. Tipicamente, a parte negra é colocada no topo esquerdo, com o vermelho no fundo a direita da bandeira. Este ordenamento simboliza a luta pelo anarquismo e a memória dos continuadores da luta aos militantes martirizados. Intelectuais de tendencia reformista buscam aproximar a bandeira negra e vermelha a uma suposta união com socialistas marxistas. Os ativistas anarcossindicalistas negam a participação de grupos marxistas e todo tipo de tendencia autoritária em seus sindicatos desde os tempos de Bakunin e da gloriosa Federação do Jura. A bandeira preta-e-vermelha será hasteada em toda proclamação de luta proletária.

Símbolos do Anarcossindicalismo: O Gato Preto

O Gato Preto, também chamado “gato selvagem”, se mostra normalmente com as costas arrepiadas e com as unhas e os dentes para fora. Está fortemente relacionado com o anarquismo, principalmente com o anarcossindicalismo.



Foi desenhado por Ralph Chaplin, uma conhecida figura do sindicato estadunidense Industrial Workers of the Word (IWW). A palavra “wildcat” exprime a idéia de selvagem ou feroz em inglês, então, como sua postura sugere, o gato simboliza greves radicais – não autorizadas pelos organismos do estado – (wildcats strikes).


A origem do símbolo do gato negro exalta as lutas combativas e ações espetaculares dos anarcossindicalistas em ação, muitos contos das ligas e sindicatos relatam a ação de grupos que faziam "a moda gato", nos enfrentamentos diretos com agentes da repressão e da burguesia, esses inimigos foram atingidos, sem se fazer notar, "dar o tapa e esconder a unha", mas de acordo com uma história este vem de uma greve que estava passando por seu pior momento. Vários de seus membros haviam sido golpeados e mandados ao hospital. Logo um gato doente e negro caminhou entre o acampamento dos grevistas. O gato foi alimentado pelos operários grevistas e no momento em que o gato recobrou sua saúde a greve deu uma virada positiva. Os trabalhadores se preparavam enquanto alimentavam o gato, ambos treinados e recuperados retomaram a luta. Eventualmente os operários em greve conseguiram suas reivindicações, avançaram na guerra social e adotaram o gato como mascote e modelo de ação direta.
O nome de Gato Preto tem sido usado por numerosos grupos sindicais e acampamentos de resistência.
Como símbolo, o gato preto tem sido historicamente associado com bruxaria, os anarquistas compartilham o símbolo do gato negro com a bruxaria e a Wicca, mas geralmente nenhuma das anteriores o representa com suas costas curvadas em posição de luta.



domingo, 7 de janeiro de 2018

[Libertárias] Anarcofeminismo e Anarcossindicalismo

Anarcofeminismo

É o movimento de luta pela libertação da mulher com atuação anarquista: acredita que a emancipação da mulher está intimamente ligada a destruição do Estado, das classes e da sociedade burguesa. Compreende que só conseguiremos a igualdade, lutando pela emancipação conjunta; indo contra quaisquer princípios e atitudes autoritárias e discriminatórias (seja o capitalismo, governo representativo, trabalho patronal, machismo, sexismo, racismo, nazismo, fascismo e todas as outras formas de exclusão que exercem poder de dominação sobre outra pessoa).

Anarcofeministas

Não possuem líderes ou representantes, sendo sua organização autônoma, classista e minuciosamente preparada, abominando-se as práticas autoritárias e os valores burgueses (exploração, competitividade, etc.). Não buscam mudanças através das instituições estatais, aprovação de leis, pelo voto ou com a entrada da mulher no poder. Ao contrário, acreditam na prática da ação direta. O anarcofeminismo não visa competição entre homens e mulheres, pois entende que os homens também são explorados pelo capitalismo e pelo Estado e que a culpa do machismo e violência contra as mulheres (sexual, psicológica, física, pobreza, falta de escolaridade, etc.) provêm destes dois elementos. Também lutam pela destruição total do patriarcado e o entendem como anterior ao capitalismo e o feudalismo. O anarcofeminismo propõe uma sociedade anarquista, em que homens e mulheres sejam vistos como seres humanos íntegros e completos e onde as mulheres, por serem, sem sombra de dúvidas, discriminadas, possam ser respeitadas e vivam livremente suas vidas, tendo autonomia sobre ela e seus corpos. Para que haja uma igualdade de fato, é preciso abolir as relações de superioridade que há entre os sexos. O processo de libertação da mulher tem que atuar junto com a luta contra as hierarquias.

[Libertárias] O remédio para curar a pior das doenças que atenta contra as mulheres chama-se REBELIÃO

1937 Bolívia
Com as seguintes palavras: “A minhas companheiras proletárias”, Petronila Infantes, anarquista, inicia seu discurso durante uma manifestação da LOL, para se referir à exploração que sofrem as mulheres que recebem salários inferiores ao dos homens. “As mulheres carregam a corrente mais pesada, mais negra e mais difamadora...O remédio é a rebelião...”

[Libertárias] Domesticadas Jamais

1936 Bolívia

É criado o sindicato da União Feminina de Floristas. Petronila Infantes, anarquista, funda a União Sindical de Culinárias, para exigir um horário de trabalho. O Congresso Operário, reunido em La Paz, aprova exigir “a universalização do descanso dominical”, a jornada de 8 horas, a incorporação das trabalhadoras domésticas na legislação social e a substituição da palavra “doméstica” pela de empregada de trabalhos de casa.

Liga Operária Feminina e a linha de autonomia em relação a organizações masculinas

1927 Bolívia

Nasce a Liga Operária Feminina (LOF), ramo da Federação Operária Local (FOL) de tendência anarcossindicalista que agrupa em sua maioria empregadas de serviço doméstico, trabalhadoras do mercado e cozinheiras. Decidem manter uma linha autônoma em relação às organizações masculinas. Além de levantar uma plataforma de reivindicações trabalhistas, demandam o divórcio absoluto, a criação de proteções e a igualdade ante a lei de todos os filhos.

[Libertárias] Mulheres chilenas organizam sindicatos de orientação anarquista


É criada a Federação Cosmopolita de Operárias em Resistência, de orientação anarquista. Ángela Muñoz Arancibia tem atuação destacada na criação deste espaço. 

[Libertárias] A mulher organizadora de sindicatos

Elvira Boni 

Filha de imigrantes italianos, nasce no Espírito Santo do Pinhal, no Estado de São Paulo. Começou a trabalhar aos 12 anos como aprendiz de costureira na Rua Uruguaiana, sem que recebesse de início nenhum salário, e depois passou a receber 10 mil réis por mês. Conhecia a Liga Anticlerical, e, por essa época, (1911- 12), a jornada de trabalho começava às 8 horas e terminava às 19 horas; quando o serviço apertava, prolongava-se até às 20 e 22 horas. Aos poucos, Elvira forma-se profissionalmente como costureira e começa a ter contato com jornais operários e anarquistas. Impulsionada pelo anarcossindicalismo, em maio de 1919, com 50 companheiras de profissão, forma a União das Costureiras, Chapeleiras e Classes anexas, que funcionava na sede da União dos Alfaiates do Rio de Janeiro. Dentre as companheiras estavam Elisa Gonçalves de Oliveira, Aida Morais, Isabel Peleteiro, Noemia Lopes e Carmen Ribeiro. Coube a Elvira a tarefa de ler o discurso de inauguração da União, publicado depois pelo Jornal do Brasil. A primeira iniciativa da associação das operárias e costureiras, ainda em 1919, foi deflagrar greve pelas 8 horas de trabalho. Muitas grevistas foram punidas com demissão 26 sumária. Não obstante, apesar das medidas repressoras, as trabalhadoras continuaram sua marcha emancipadora, publicando manifestos, e, no 3o. Congresso Operário Brasileiro, Elvira e Noêmia Lopes representaram as costureiras. Ela representou peças anarquistas e anticlericais, levadas à cena por grupos amadores nos palcos dos salões das associações operárias do Rio de Janeiro. Sua irmã, Carolina Boni, também participava do movimento anarquista, especificamente das peças teatrais e da Liga Anticlerical. Elvira participou e dirigiu a revista Renovação. Num de seus artigos, intitulado A Festa da Penha, ela mostra o lado triste e hilariante dos pagadores de promessas que subiam as escadarias da Penha de joelhos. A repressão política somada a fundação do PCB com seus sindicatos ligados ao Ministro do trabalho isola a lutadora do movimento libertário.