sábado, 1 de março de 2025

@8MLibertarias

Mulheres Anarquistas Convocam o 8 de Março Libertário: Memória, Luta e Solidariedade Internacional

No próximo dia 8 de março, coletivos feministas libertários de diversas regiões do Brasil e do mundo se reunirão para celebrar o 8 de Março Libertárias, uma data que resgata a raiz combativa do Dia Internacional da Mulher, honrando as lutas históricas das mulheres trabalhadoras, antifascistas e anticapitalistas. O evento, organizado por grupos autônomos e horizontais, rejeita a comercialização da data e reforça o caráter revolucionário da mobilização, unindo memória, resistência e ação direta.  

Raízes Históricas: Da Fábrica às Ruas  
O 8 de Março Libertário rememora episódios cruciais, como a greve das operárias têxteis russas em 1917 — marco que acelerou a Revolução Russa — e a trajetória de mulheres como Maria Lacerda, Emma Goldman e  Louise Michel, que desafiaram o patriarcado e o autoritarismo em suas épocas. "Não queremos flores ou mensagens vazias. Queremos justiça, autonomia e o fim da opressão", afirma Maria, integrante de um coletivo anarcofeminista de São Paulo.  

A data também critica a narrativa oficial que apaga a origem operária e revolucionária do 8 de Março, transformando-a em um símbolo despolitizado. "Enquanto corporações vendem ‘empoderamento’, nós lembramos das mulheres que incendiaram fábricas, organizaram sindicatos clandestinos e enfrentaram a violência do Estado", complementa Luana, do Rio de Janeiro.  

Programação: Ações Diretas e Formação Coletiva
As atividades incluem:  
- Marchas Autônomas: Concentrações em praças públicas, com faixas e cartazes que denunciam a violência de gênero, a precarização do trabalho e a mercantilização dos corpos.  
- Círculos de Debate: Discussões sobre feminismo anticarcerário, autogestão menstrual, resistência indígena e queer, e a luta das mulheres palestinas, curdas e periféricas.  
- Mutirões de Apoio Mútuo: Distribuição de alimentos, oficinas de autodefesa e redes de apoio a vítimas de violência doméstica.  
- Saraus Revolucionários: Poesias, músicas e performances que celebram a arte como ferramenta de transformação.  

Internacionalismo e Interseccionalidade 
O 8 de Março Libertário enfatiza a conexão entre as lutas locais e globais. "Somos herdeiras das "Mujeres Libres" da Espanha, das zapatistas em Chiapas e das mulheres que lideram a Revolução em Rojava. Nossa luta não tem fronteiras", destaca Jéssica, de um coletivo do Nordeste. A programação também homenageia figuras como Marielle Franco, assassinada há seis anos, e Dandara dos Palmares, símbolo de resistência negra.  

Por Que ‘Libertárias’? 
A perspectiva libertária rejeita hierarquias e propõe uma organização horizontal, baseada no apoio mútuo e na autogestão. "Não acreditamos em soluções vindas de governos ou patrões. Nossa libertação virá da solidariedade entre nós, das ocupações, das greves e da construção de redes anticapitalistas", explica Rita, de Belo Horizonte.  
  
Em um contexto de avanço do conservadorismo e de cortes em políticas públicas, as organizadoras reforçam a urgência de ocupar as ruas. "A cada 8 minutos, uma mulher é agredida no Brasil. Enquanto houver feminicídio, estupro e desigualdade, estaremos em luta", conclui Camila, de Salvador.  

O 8 de Março Libertário não é apenas um dia de protesto, mas um chamado à ação permanente. Como escreveu a anarquista Louise Michel: "A revolução será feita pelas mulheres ou não será".  

Data: 8 de março  
Locais: Ações descentralizadas em cidades brasileiras e internacionais.  
 @8MLibertario

Por um feminismo que liberte, queime grades e semeie liberdade! 🔥✊🌺

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

JORNAL DA ALIANÇA OPERÁRIO-CAMPONESA - A VOZ DA LIGA

PARTICIPE DE UM GRUPO DE APOIO AO JORNAL A VOZ DA LIGA E FAÇA A PROPAGANDA LIBERTÁRIA CONSEQUENTE E ORGANIZADA AO LADO DE TRABALHADORES COMBATIVOS.

 


LIGA OPERÁRIA DE SÃO PAULO

 

https://ligaoperariadesaopaulo.blogspot.com/ 

Blog da Liga Operária de São Paulo: Luta, Autogestão e Resistência Antifascista

O blog da Liga Operária de São Paulo surge como um espaço de articulação e voz para trabalhadores libertários que carregam a chama da resistência anticapitalista e antifascista. Inspirada nas lutas históricas de figuras como Buenaventura Durruti, revolucionário anarquista espanhol, e Nestor Makhno, líder da insurgência camponesa ucraniana, a organização combina a crítica radical ao Estado e ao capital com a defesa intransigente da autonomia operária. Por meio de artigos, análises e relatos de lutas cotidianas, o blog aborda temas como a organização direta nas fábricas e comunidades, a resistência às opressões estruturais e a construção de alternativas baseadas na autogestão e na solidariedade de classe. Seu conteúdo não apenas resgata a memória das rebeliões populares, mas também atualiza esses ideais em meio aos desafios do século XXI, conectando a luta contra a exploração econômica à batalha contra o avanço do autoritarismo e do fascismo.  

A bandeira antifascista erguida pela Liga Operária não é um símbolo vazio: é um chamado à ação. No espírito de Durruti, que afirmava que "a única luta perdida é aquela que abandonamos", o blog denuncia a violência estatal, o controle patronal e as estruturas de dominação que perpetuam desigualdades. Simultaneamente, celebra as práticas makhnovistas de autodefesa e organização horizontal, reforçando a necessidade de unir trabalhadores em torno de projetos emancipatórios. Com textos que mesclam teoria e prática, o espaço digital torna-se uma ferramenta de educação política, incentivando a formação de coletivos, greves e ações diretas. Para a Liga, o antifascismo é inseparável da luta de classes — uma luta que, nas periferias de São Paulo ou nas trincheiras globais, busca construir um mundo onde nenhum trabalhador precise se curvar a opressores. A revolução não será televisada, mas está sendo escrita aqui, linha por linha.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Os Anarquistas: A disciplina revolucionária dos makhnovistas

Diferente das correntes anarquistas ligadas a pequena-burguesia - a exemplo do individualismo. Diferente dos coletivos espontaneístas devorados por correntes autoritárias ou pela extrema direita, uma realidade concreta - O MAKHNOVISMO. A ação de um movimento camponês anarquista no sul da Ucrânia, altamente disciplinado por seu principal líder, o camponês anarquista Nestor Makhno, armou-se, derrotou o Exército Branco dos Capitalistas, desafiou os acordos do Exército Vermelho Bolchevista e implantou um sistema justo de distribuição de terras para os camponeses ucranianos. A garantia da posse da terra se confirmou por meio da declaração do Território Livre da Ucrânia, que instituiu decretos revolucionários, fazendo-se valer por meio da formação de um exército camponês anarquista, conhecido por toda Ucrânia como Exército Negro Insurgente Camponês da Ucrânia. De 1918 a 1921 defendeu o povo da ucrânia tanto dos capitalistas reacionário, quanto dos estatistas autoritários. O ano de 2021 lembraremos em nossas comemorações o Centenário esse avanço organizacional, teórico e prático, desenvolvido pela fortaleza inexpugnável do Anarquismo, o grande e revolucionário Nestor Makhno, a Comuna camponesa de Hulaipole e seu Exército Negro. O secretariado da Liga Sindical Operária e Camponesa declara 2021 como mais um ano de lembranças do seu legado e convoca e comemorações do centenário da gloriosa Makhnovitchina.



SOBRE A DISCIPLINA REVOLUCIONÁRIA 

Nestor Makhno 

Alguns camaradas me fizeram a seguinte pergunta: como é que eu entendo a disciplina revolucionária? Vou lhes responder. Compreendo a disciplina revolucionária como uma autodisciplina do indivíduo, estabelecida num coletivo atuante, de modo igual para todos, e rigorosamente elaborada. Ela deve ser a linha de conduta responsável dos membros desse coletivo, induzindo a um acordo estrito entre sua prática e sua teoria. Sem disciplina na organização, é impossível empreender qualquer ação revolucionária séria. Sem disciplina, a vanguarda revolucionária não pode existir, porque então ela se encontrará em completa desunião prática e será incapaz de formular as tarefas do momento, de cumprir o papel de iniciador que dela esperam as massas. Faço repousar esta questão sobre a observação e a experiência de uma prática revolucionária consequente. De minha parte, baseio-me sobre a experiência da revolução russa, que tinha um conteúdo tipicamente libertário sob muitos aspectos. Se os anarquistas estivessem firmemente ligados no plano organizativo e tivessem observado, em suas ações, uma disciplina bem determinada, não teriam jamais sofrido uma tal derrota. Mas, porque os anarquistas "de todo estilo e de todas as tendências" não representavam, mesmo em seus grupos específicos, um coletivo homogêneo, com uma disciplina de ação bem definida, não puderam suportar o exame político e estratégico que lhes impuseram as circunstâncias revolucionárias. A desorganização conduziu os anarquistas à impotência política, dividindo-os em duas categorias: •a primeira foi a dos que se dedicaram à sistemática ocupação das residências burguesas, nas quais se alojaram e viveram para o seu bem-estar. Eram os que eu chamo de turistas, os diversos anarquistas que vão de cidade em cidade, na esperança de encontrar um lugar onde permanecer algum tempo, espreguiçando-se e desfrutando o máximo possível de conforto e prazer. •a segunda se compunha dos que romperam todos os laços honestos com o anarquismo (ainda que alguns deles, na URSS, façam-se passar agora pelos únicos representantes do anarquismo revolucionário) e se lançaram sobre os cargos oferecidos pelos bolcheviques, no momento mesmo em que o poder fuzilava os anarquistas que permaneciam fiéis ao seu posto de revolucionários e denunciaram a traição dos bolcheviques. Diante desses fatos, compreende-se facilmente porque eu não posso continuar indiferente ao estado de despreocupação e negligência que existem atualmente em nossos meios. De uma parte, isso impede a criação de um coletivo libertário coerente, que permitirá aos anarquistas ocuparem o lugar que lhes cabe na revolução. Doutra parte, isso permite contentar-se com belas frases e grandes pensamentos, omitindo-se no momento de agir. Eis porque eu falo de uma organização libertária apoiada sobre o princípio duma disciplina fraternal. Uma tal organização conduzirá ao acordo indispensável de todas as forças vivas do anarquismo revolucionário e o ajudará a ocupar seu lugar na luta do Trabalho contra o Capital. Por esse meio, as ideias libertárias certamente ganharão as massas e não se empobrecerão. Somente os fanfarrões consumados e irresponsáveis fugirão diante de uma tal estrutura organizacional. A responsabilidade e a disciplina organizacionais não devem horrorizar: elas são companheiras de viagem da prática do anarquismo social.

 Dielo Trouda, n°s 7-8, dezembro de 1925 – janeiro de 1926.

sábado, 28 de novembro de 2020

Aqui estão soldados enterrados do Exército Vermelho a perecer nas mãos do Movimento de Makhno em 1919

 Honrando os feitos do Exército Negro Revolucionário Insurgente da Ucrânia (Makhnovists) - Estilo soviético. Esta foto da década de 1960 mostra um memorial na vila de Vozdvyzhivka, que apoiou ativamente os Makhnovists em 1918-1921 e fez parte da ′′ Região Anarquista Livre."

A inscrição diz: ′′Aqui estão soldados enterrados do Exército Vermelho a perecer nas mãos do Movimento de Makhno em 1919."

Antoni fundador do Sindicato dos Camponeses Pobres ao lado de Makhno

 “Quando voltei para minha aldeia, organizei um grupo revolucionário chamado União dos Camponeses Pobres e comecei a imprimir as proclamações. Como contra-ataque a nós, o policial Karachentsev organizou na aldeia a "Sociedade do Verdadeiro Povo Russo" em homenagem ao Arcanjo Gabriel. Os proprietários de terras locais e kulaks eram os ativistas dos "verdadeiros russos". Eles convocaram os camponeses para suas reuniões um por um e tentaram descobrir quem estava espalhando as proclamações. Um grupo se reuniu e decidimos que se não dispersássemos os "arcanjos", logo seríamos descobertos. Eles decidiram atear fogo a todos os proprietários de terras que eram membros da Sociedade do Povo Verdadeiro Russo e os kulaques mais ativos entre eles. Emitimos um ultimato, algo como: "Nós anunciamos a você - dissolva sua sociedade dos Cem Negros, vamos colocar fogo em todos os seus membros e até mesmo destruir." Eles certamente não prestou atenção a isso e começou a nos procurar com ainda mais energia. Logo as propriedades dos proprietários explodiram em chamas. "